“Foi na Stancha (designativo popular da cidade de Ribeira Brava) que desenvolveu, ainda em tenra idade, o gosto pelo violão e pelo canto, influenciado pelo já falecido tio, Luís Gonzaga, também músico de mão cheia, que foi um grande amigo e o mentor artístico de Carlos Germano.Como muitos artistas cabo-verdianos,começou a aprender e a tocar sozinho os instrumentos do tio. que um dia o ouviu acidentalmente e lhe perguntou se andava a treinar-se às escondidas.Mesmo receando uma descompostura teve que confessar, mas em vez do castigo veio a recompensa, pois o tio permitiu lhe passar a acompanhá-lo nas tocatinas que fazia com os amigos pelas aldeias e povoados de São Nicolau nas noites cálidas da ilha, recordou o cantor quando nos recebeu na sua casa da Ribeira Brava. depois de amavelmente ter acedido a contar-nos um pouco da sua vida.“Fiz a minha primeira serenata quando tinha 12 anos, e a partirdaí nunca mais parei. Tomei-lhe o gosto e fiz do violão uma companheira inseparáveltanto nos meus momentos de alegria como nas minhas horas de angústia”. conta Djurumani que se considera a simesmo nada mais que um “cantor para os amigos”. Foi justamente a música que lhe permitiu suportar alguns dos momentos mais difíceis da vida, como por exemplo os dois anos que passou na Guiné-Bissau, na guerra colonial, no posto de furriel. “Eu estava destacado na famosa Frente Leste, que foi, seguramente. o mais terríveldos cenários de guerra colonial em África. Éramos atacados quase todos os dias, e sendo o único cabo-verdiano na minha companhia, tive de me socorrer do meu violão para combater a saudade e esquecer um pouco os perigos da guerra”, confessou. Tem sido preferencialmente nos círculos de amizade que a voz portentosa de Carlos Germano se tem feito ouvir, cativando tudo e todos. Foi dessa forma que nasceu, em 1994, o até agora único disco gravado pelo cantor, que assim quis assinalar os seus 50 anos de vida.”
Discografia
Reencontro 1995
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