Carlos José Matos (Roterdão 1972), filho de Caboverdianos emigrados em Holanda e com vários músicos na família (é primo de Luís Morais), Matos interessa-se por música ainda criança. Frequenta de 1992 a 1997 o Conservatório de Roterdão (Codarts), e nesse aspecto é um pioneiro no contexto da comunidade cabo-verdiana. Forma-se como solista e docente, dedicando especial à música sul-americana – com a qual tinha contacto desde muito cedo, pois o pai era maritímo e trazia sempre discos de música latina -, alem do jazz e da música erudita para piano.
Aos nove anos de idade frequentou a Escola de Música de Roterdão (SKVR) onde estudou orgão Hammond.
Seus professores foram o falecido Henk Govaart e mais tarde Jack van Rossum. Durante o período de escola de música (1981-1990) actuou nas festas de casamento, recepções e também no dia Nacional de Crianças. De idade dos treze anos partiu em descoberta pela música da sua origem.
Nos tempos livres escutava a música cabo-verdiana lhe diria alguém em comum, que depois começou a apaixonar-se pela música de Cabo Verde.
No ano de 1990 participou no Concurso de Órgão de Yamaha e desfrutou o primeiro prémio.
Por ambição próprio, Carlos enriqueceu o seu poder executivo em outros instrumentos, como exemplo synthesizer e outros instrumentos de tecla. No mesmo período fez parte do grupo musical ‘Koladance’, um daqueles da sua geração, que depois vieram a realizar um projecto musical que foi atracção no pais da sua origem, e que através disso vieram a participar num grande festival por nome Baia das Gatas. Em 1992 Carlos terminou a escola secundária e no mesmo ano fez audição no Conservatório de Roterdão e foi aprovado. Começou directamente o curso de piano que durou cinco anos.
Apesar disso, o Carlos com uma certa confiança, obtou pelo instrumento piano, como seu instrumento principal, porque este lhe dava mais amplitude de exprimir o seu sentimento pela música. Os seus professores de piano no Conservatório foram Jan-Laurens Hartong e Jos van Kleef. Durante a sua formação musical profissional, participou no grupo musical ‘Rabelados’,que fez bastante sucesso em Franca, Suiça, Portugal, EUA, Holanda, Cabo Verde, etc. no qual foi dirigente musical.
No actual período o ministro de Cultura de Cabo Verde privilegiou o grupo ‘Rabelados’ a tomar parte de uma festa que se realiza anual no Parlamento e também a companhia TACV convidam este a participar nos seus 35 anos da sua existência. O grupo ‘Rabelados’ realizou um projecto musical por nome de ‘Sukuru’, que foi nomeado o melhor álbum do ano e no festival de Gambôa 1995.
Carlos tem participado como produtor em muitos outros albumes: ‘Mudança (Ney Machado), ‘Sururu’ (Boy Gé Mendes), ‘Pilon Pilon’ (Meno Pecha), ‘Nos 2’ (Beto Dias), ‘Toen wij naar Rotterdam vertrokken’ (Donner Boeken), ‘Stronger’ (Inside Out), ‘Dor di mundo’ (Chando Graciosa), ‘Nha Vitoria’ (Gil Semedo), ‘Mornas ao piano’ (Tete Alhinho), Tubarão Solitario (Djila), ‘Kriolo’ (Antero Simas) e muito mais.
Também o Carlos tem actuado com muitos outros grupos como afro-jazz FraFraSound, salsa grupo Rumbata, Azucaraba, La banda Iré, grupo brasileiro Viviani de Godoy, grupo MPB, grupo português Fernando Lameirinhas, grupo evangélicos de black gospel FCBWhite, Inside Out e More Gospel Singers.
Carlos formou o grupo musical ‘Nostalgia’ com cantora Jacqueline Fortes. Através desse grupo ele veio descobrir novas ideias musicais, especialmente rítmico e harmónico. Com essas influências, na sua opinião a música de Cabo Verde ficaria mais rica e bonita, mantendo sempre a sua caboverdianidade.
Em 1997 terminou o curso do Conservatório de Roterdão onde foi graduado com professore mestre. Depois veio formar o seu grupo por nome de Carlos Matos Band que acompanhou varias artistas internacionais tais como Ildo Lobo, Luís Morais, Manuel d’Novas (Dunya on stage de Doelen 1998), Titina (1998 tour ‘Zee van tranen’, TV program Han Reiziger, New Morning), Américo Brito em Amsterdão, Tito Paris (Cabo Verde Music Award 2001), Mendes Brothers (Dunya festival 2003), Suzana Lubrano (Festival Mundial, Noorderslag, Reiziger in Rotterdam e Festival Gamboa 2004)
Em 1999 Carlos Matos Band foi convidado para o Festival Baia das Gatas e fez um tournée pelas ilhas de Cabo Verde.
Carlos Matos Band tem apresentado vários workshops e informação de musica de Cabo Verde no Conservatório de Roterdão e Utrecht. No ano de 2001 Carlos introduziu outros instrumentos electrónicos na música caboverdiana. Para completar essa etapa, finalizou com o seu primeiro projecto musical em 2006, intitulado ‘Caboverdianismo’, dedicado ao seu familiar e tio Pedro (Duca de Nhô Pitra) Doroteia Morais Júnior que descobriu o talento musical em Carlos Matos. No disco conta com a participação de Luís Morais, Paulino Vieira e Boy Gé Mendes. Dois anos depois, pondo em prática as suas ideas, um projeto de fusão entre a música cabo-verdiana e latino-americana, CaboCubaJazz, dá origem ao CD Rikeza Y Valor (2011) e Corason Africano (2017), em que toque latino envolve temas cabo-verdianas, além de composições inéditas. Em 2014, participa na criação da Orquestra Nacional de Cabo Verde, como maestro e por veze solista ao piano.
Nos últimos anos Matos tem estado ativo com CaboCubaJazz, La Fiësta, Tango Extremo, Rabelados – comeback, Livity e Seraph. Ele tornou-se um músico versátil que continua a surpreender o seu público.
BANDAS:
Rabelados, Grupo Caribe, FraFraSound, Rumbata, Tango Extremo, Nueva Manteca, Inside Out Gospelchoir, CaboCubaJazz, Livity, Seraph, Kairos.
ARTISTAS:
Fernando Lameirinhas, Sharon Kips, Chando Graciosa, Suzanna Lubrano, Boy Gé Mendes, Ildo Lobo, Luís Moraís, Nancy Vieira, Sara Tavares, Dina Medina, Lucas van Meerwijk, Gerald Troost, Reni & Elisa, Iwan & Rebekka, Talitha Nawijn e mais.
TOURS:
Dock of the bay (NL), Caribbean Cocktail (NL), Broadway musical On your feet (NL), Matthew Passion com Tango Extremo (NL), Orchestra Nacional de Cabo Verde, Sodade Festival (NL), Red Carpet com Alzerina Gomes (USA), CaboCubaJazz (Israël, Tailândia, Malásia, Cuba, Alemanha).
Matos também participou em vários clipes, tais com ‘Boas Festas’ com CaboCubaJazz, ‘Bob Marley Medley’ com La Fiësta, ‘Alive in you’ com Inside Out Gospelchoir.
PRÊMIOS:
Em 1990, Carlos ganhou o 1º prémio da competição de orgão da Yamaha.
O CD de CaboCubaJazz ‘Rikeza y Valor’ é eleito o melhor CD worldmusic de Holanda, selecionado em quatro categorias para o Grammy Latino, e foi nomeado quatro vezes no Cabo Verde Music Awards 2012 (CVMA).
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