Em 
Já tudo dorme, vem a  
B7 
noite em  
Em 
meio.
 
A turva lua  
C7 
surgindo 
 
 
B7 
além.
 
Tudo é  
Am 
silêncio;
 
só se vê nas  
B7 
campas
 
piar o mocho no cruel  
Em 
desdém.

Depois, um vulto de roupagem preta,

No cemitério com vagar entrou.
Junto ao sepulcro, se curvando a medo,
Com triste frases nesta voz falou:
– Monstro tirano, pra que vens agora
Lembrar-me as mágoas que por ti passei?
Lá nesse mundo em que vivi chorando,
Desde o instante em que te vi e amei.
Chegou a hora de tomar vingança,
Mas tu, ingrato, não terás perdão…
Deus não perdoa as tuas culpas todas,
Castigo justo tu terás, então.

Mas este vulto de roupagem preta,

Tombou, de chofre, sobre a terra fria.
E quando a aurora despontou, na lousa
Um corpo inerte a dormitar se via:

– Perdão, Emília, se roubei-te a vida,

Se fui impuro, fui cruel, ousado…
Perdão, Emília, se manchei teus lábios.
Perdão, Emília, para um desgraçado.

 

Versão Original

Gravado em 13/03/1952, para o programa ”O pessoal da velha guarda”.
É atribuída a José Henrique da Silva e Juca Pedaço,
embora não se tenha certeza sobre a sua autoria.

25/01/2013
Category: morna